Londrinês?!
Os segredos do exótico idioma falado
nas ruas da capital inglesa
Ricardo Marques da Silva e Tina Leme
Cultura Inglesa Magazine n. 27, ano VIII, março de 1997, pp. 15-16.
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Os segredos do exótico idioma falado
nas ruas da capital inglesa
Ricardo Marques da Silva e Tina Leme
Você está em Londres e ouve um carinha comentar com outro,
apontando para o seu lado: “ Oh, boy, she is so sad! ” Não pense
que você parece triste. Nem fique crusty ou dead rar. O melhor é
procurar uma butique maneira e atualizar o guarda-roupa. E, a
partir daí, começar a ouvir frases mais agradáveis, como “ She is
kosher ”, ou, melhor ainda, “ She is cris”, ou “ She is so det ”, o que
significa que você pode estar realmente pukka.
Em todo caso, antes de arrumar as malas vale a pena conhecer
a gíria das ruas e dos pubs londrinos, para não se confundir. Como
em qualquer outro lugar, a linguagem em Londres nem sempre é
literal – e nem sempre um bom dicionário é o suficiente. O impor-
tante é “don’t give it the large”.
Sad, no caso, em vez de triste quer dizer ultrapassado, out of
fashion. E tem sentido: para os jovens londrinos, em geral, uma
pessoa fora de moda é alguém que não curte a vida – portanto,
sad. Crusty é usado no sentido de estar chateado, “de saco cheio”,
e rar é quando alguém está bravo de verdade. Dead apenas enfatiza
o pensamento: “My Dad is dead rar because I got home too late
last night”, ou seja, o pai da garota está uma fera porque a festa de
ontem extrapolou.
Em compensação, sorria quando alguém disser que você está
kosher. Essa palavra, que em iídiche designa a comida preparada
segundo os preceitos judaicos, foi apropriada pelos jovens ingleses
para identificar algo ou alguém very good, ou muito legal. E sorria
ainda mais se lhe chamarem de cris ou det: ambos os termos foram
inspirados pela comunidade afro-caribenha e podem ser o anúncio
de uma bela cantada, significando que você é gatíssima, ou
gatíssimo, e está abafando. Pukka , então, de origem indiana (pro-
nuncia-se “paca”), é o máximo: indica algo maduro, pronto para
comer. “To give it the large” é algo como exagerar, dar bandeira.
Por exemplo, quando um carinha está dançando piradão demais,
fala-se: “ He’s giving it the large”.
apontando para o seu lado: “ Oh, boy, she is so sad! ” Não pense
que você parece triste. Nem fique crusty ou dead rar. O melhor é
procurar uma butique maneira e atualizar o guarda-roupa. E, a
partir daí, começar a ouvir frases mais agradáveis, como “ She is
kosher ”, ou, melhor ainda, “ She is cris”, ou “ She is so det ”, o que
significa que você pode estar realmente pukka.
Em todo caso, antes de arrumar as malas vale a pena conhecer
a gíria das ruas e dos pubs londrinos, para não se confundir. Como
em qualquer outro lugar, a linguagem em Londres nem sempre é
literal – e nem sempre um bom dicionário é o suficiente. O impor-
tante é “don’t give it the large”.
Sad, no caso, em vez de triste quer dizer ultrapassado, out of
fashion. E tem sentido: para os jovens londrinos, em geral, uma
pessoa fora de moda é alguém que não curte a vida – portanto,
sad. Crusty é usado no sentido de estar chateado, “de saco cheio”,
e rar é quando alguém está bravo de verdade. Dead apenas enfatiza
o pensamento: “My Dad is dead rar because I got home too late
last night”, ou seja, o pai da garota está uma fera porque a festa de
ontem extrapolou.
Em compensação, sorria quando alguém disser que você está
kosher. Essa palavra, que em iídiche designa a comida preparada
segundo os preceitos judaicos, foi apropriada pelos jovens ingleses
para identificar algo ou alguém very good, ou muito legal. E sorria
ainda mais se lhe chamarem de cris ou det: ambos os termos foram
inspirados pela comunidade afro-caribenha e podem ser o anúncio
de uma bela cantada, significando que você é gatíssima, ou
gatíssimo, e está abafando. Pukka , então, de origem indiana (pro-
nuncia-se “paca”), é o máximo: indica algo maduro, pronto para
comer. “To give it the large” é algo como exagerar, dar bandeira.
Por exemplo, quando um carinha está dançando piradão demais,
fala-se: “ He’s giving it the large”.
Cultura Inglesa Magazine n. 27, ano VIII, março de 1997, pp. 15-16.
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